UOPG ÁGUAS FÉRREAS I
A intervenção na unidade operativa de planeamento e gestão “Águas Férreas”, obedece à estratégia geral da área de intervenção, localizada no vale de Campanhã, tendo como eixo principal de intervenção a reabilitação da paisagem natural das margens do Rio Torto.
A este motor da intervenção adicionam-se os pontos críticos das infraestruturas da área e das condições dos habitantes da zona de Furamontes, bem como a preservação dos vários polos de identidade do lugar: os terrenos das Areias, o Horto das Areias, o Moinho da Quinta da Ponte. O trabalho de conexão e afirmação destes lugares, torna-os pólos de interesse, criando sistemas de percursos e permitindo a permeabilidade entre os terrenos e o acesso aos mesmos, facilitando a mobilidade entre comunidades.
O trabalho, consciente da fragilidade social dos habitantes de Furamontes, começa exatamente no núcleo habitacional da Rua de Furamontes: vias, espaços públicos, reabilitação das habitações e criação de equipamentos de apoio como um centro comunitário cívico de serviço local, pretendem desde logo permitir uma vivência digna dos residentes que se tornam a prioridade.
Depois deste programa, pretende-se a afluência de visitantes ao local, pela criação de vias de acesso pedonal ao novo parque do rio Torto, onde se projeta a reabilitação do Moinho da Quinta da Ponte como ponto de equipamento balneário e de comércio, que apoiará a praia fluvial proposta a Este.
Ao longo do percurso das margens do rio Torto, as estruturas de propriedade pública tornar-se-ão equipamentos de apoio agrícola para os utilizadores locais das novas hortas comunitárias a norte do rio e de lazer ou comércio para os visitantes do parque.
Todos os caminhos propostos pretendem respeitar a identidade do local e utilizam trilhos existentes, apenas potenciando a sua utilização através da adicão de estruturas e mudança de pavimento, alargando as vias e permitindo o seu uso por transportes leves.
O projeto prevê a revisão de todas as vias, dotando-as de passeios e espaços intersticiais, identificando as tipologias de circulação e criando circuitos de acesso facilitado viário, de baixa velocidade, para permitir um equilíbrio entre as necessidades.
Pretende-se ainda estender a intervenção do parque do Rio Torto através da passagem inferior da A43, amenizando o impacto da mesma como barreira física, permitindo a passagem pedonal. Paralela a esta passagem, propõe-se um túnel de acesso viário para moradores na convergência da Rua das Águas Férreas de Campanhã com a mesma autoestrada, projetando uma ligação com a urbanização de Portelinha em Gondomar, criando frentes nas habitações existens e novos sistemas de arruamento que conectam as duas zonas.
O projeto considera ainda a futura linha do metro do Souto, desenhando a possibilidade da passagem elevada da mesma pela zona das novas hortas comunitárias e a integração na paisagem sobre o parque do rio Torto.
O conjunto destas intervenções pretende dar importância ao lugar e à paisagem natural, de modo a proteger estes terrenos e Horto das Areias da especulação imobiliária, dando função e potenciando as qualidades existentes.
- reabilitação do parque habitacional, preservando o máximo da estrutura e imagem existente, permitindo novas condições de habitação para a população (maioritariamente idosa e debilitada) ainda habitante nos edifícios existentes, identificados como casos críticos de salubridade e criação do - centro comunitário de Furamontes
- Requalificação viária da ligação entre o bairro do lagarteiro e a zona de “Lagoa” – Rua Capela de Lagoa, permitindo o acesso a autocarros para integração na rede de transportes públicos e criação de paragem STCP no novo largo criado no início da Rua Ponte do Gato, permitindo o usufruto das populações idosas nos edifícios habitacionais das ruas adjacentes
-Requalificação e conversão da Rua e Travessa de Furamontes para circulação pedonal, e trânsito automóvel pontual de acesso, bem como acesso de viaturas de emergência com circuito (entrada pela Rua de Furamontes, saída pela Travessa de Furamontes - os veículos de emergência não tinham possibilidade de aceder diretamente às habitações nesta zona, identificado pela junta de freguesia de Campanhã)
- Legalização dos espaços agrícolas através da criação de hortas comunitárias e acessos às mesmas, bem como construção de espaços de armazém e equipamentos de apoio à atividade agrícola de subsistência
- Requalificação viária da Travessa de Azevedo e Travessa de Areias permitindo o acesso a autocarros para integração na rede de transportes públicos, permitindo a circulação em circuito com paragem na Travessa de Areias e consequente a afluência de utilizadores às áreas de hortas comunitárias de Areias, novo acesso ao Horto do Porto e a uma das entradas do proposto Parque do Rio Torto
- Valorização da paisagem natural pela criação do parque do Rio Torto e da praia fluvial, bem como de equipamentos de apoio e lazer, incluindo reabilitação do edifício do Moinho da Quinta da Ponte